sábado, 14 de agosto de 2010

Não li Hamlet, mas...

Ser ou não ser
eis a questão
será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz
ou pegar em armas contra o mar de angústias - e combatendo-o, dar-lhe fim?
Morrer; dormir; Só isso.
E com o sono - dizem - extinguir dores do coração e as mil mazelas naturais
a que a carne é sujeita; eis uma consumação ardentemente desejável
Morrer- dormir - Dormir! Talvez sonhar.
Aí está o obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte quando tivermos escapado ao túmulo vital nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão que dá à desventura uma vida tão longa
Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo, a afronta do opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do amor humilhado, as delongas da lei, a prepotência do mando, e o achincalhe que o mérito paciente recebe dos inúteis, podendo, ele próprio, encontrar seu repouso com um simples punhal?
Quem aguentaria fardos, gemendo e suando numa vida servil, senão porque o terror de alguma coisa após a morte...

Hamlet, William Shakespeare, Ato III, Cena I

Um comentário:

Sara disse...

Esperamos que não seja uma faca de dois gumes, como é a vida.